de cabeça erguida

Também eu em tempos fui assim, cabisbaixa, triste, de orgulho fragilizado...
Ela julgavasse incompreendida mas no fundo eu sabia aquilo que por ela estava a passar, esse rito de passagem entre o conto de fadas e a realidade nua e crua.
Também eu em tempos sofri de insónias e falta de apetite, todos diziam que eu estava doente mas eu sabia que não, nenhum daqueles sintomas tinha algo a ver com o meu estado físico, tinha e tem tudo a ver com ele, ele é a minha doença.
Quantas vezes não me passou pela cabeça terminar com o sofrimento da maneira mais fácil, quantas vezes não me passou pela cabeça desistir de vez e partir para outra na esperança de nascer de novo, com uma vida mais fácil... Mais justa...
Mas um dia alguém disse que quem ama, luta e mesmo assim perde tem o direito de andar de cabeça erguida, ser senhora de si, com passos confiantes e acho que uma das muitas razões pela qual não levei a cabo as minhas ideias foi essa, o previlégio de mostrar aos outros que sobrevivi e que no fundo, sou inabalável, de forma que eu ando de cabeça erguida, só espero que um dia também ela o faça...